domingo, 4 de outubro de 2009

Para ouvidos atentos

Se a tecnologia do MP3 trouxe restrições de qualidade à reprodução de sons, também ampliou suas possibilidades
Publicado em 26/08/2009 Luciana RomagnolliFonte: Caderno G. Gazeta do Povo
A tecnologia teria feito a música “involuir”? Há quem defenda que sim, como o jornalista e crítico Luís Antônio Giron, em um artigo incisivo para o site da revista Época. Sem medo de nadar contra uma corrente avassaladora, que vem abalando as estruturas de gigantes da indústria fonográfica mundo afora, ele brada: “Delete o MP3 de sua vida”. Vale citar um trecho final: “Ouvir música no MP3 é ridículo. É como tentar apreender uma miniatura inaudível, uma orquestra tocada por… mosquitos”.
Não é bem assim. Se a tecnologia trouxe algumas limitações para a música de um lado, sem dúvida, por outro, ampliou suas possibilidades. O que acontece com frequência é que as pessoas “se acostumaram com as limitações”, diz Hugo Melo, professor de Tecnologias de Áudio do curso de Produção Sonora da Universidade Federal do Paraná.
“A alta tecnologia está mais acessível, mas as pessoas abrem mão dela em troca da praticidade”, diz. A portabilidade venceu – afinal, compactando o arquivo de áudio, cabem mais faixas em um espaço menor e mais fácil de ser levado para cima e para baixo. A qualidade do áudio sofre com isso. Mas quem escuta música em fone de ouvido ou nos modelos básicos de caixa de som para computador nem sente o efeito. “Você só vai usufruir da qualidade do áudio se tiver um equipamento com boa qualidade de reprodução”, explica Melo. Não é, nem de longe, o caso do fone de ouvido.
Comparações“O vinil tem problema do desgaste. Cada vez que se ouve, fica um pouco mais arranhado e com um pouco mais de chiado, em compensação o agudo é um pouco mais nítido. O CD tem a vantagem do som mais limpo, silêncios sem chiados e ruídos, mas não consegue ter alta fidelidade nos agudos. O MP3 é pior que os dois”, compara Melo.
A compactação de músicas no formato MP3 ganhou espaço, apesar da menor qualidade, durante a fase da internet discada, quando as conexões eram mais lentas. Os arquivos, bem menores, são facilmente transferíveis.

Retirado do site: http://debatepronto.wordpress.com/2009/08/26/musica-e-tecnologia-musica-e-arte/

segunda-feira, 21 de setembro de 2009